quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O quarto

As paredes
As janelas
A cama
Os lençóis
Os travesseiros
O olhar
O toque
O calor dos seus braços
Os abraços
Os carinhos
As carícias
O cansaço
O sono
E os sonhos.

O amor

Um buraco
Que enche e esvazia
A todo o momento
Tão incompleto quanto completo
Tão inseguro quanto seguro.

Flores-cristais


Nada foi visto
Nada foi tocado
São apenas flores de cristais
Guardadas num velho baú
Tão antigas quanto minha vida
E tão feridas pelos golpes de espada
De tua boca provindos.
Pobres Flores!
Agora apenas sangram
Em meio à minh’alma.

Menina da praia


Haviam palavras soltas o vento
Barulhos presos na água
Haviam sorrisos nos olhos
Daquela menina da praia

Havia vento e havia água
E havia a menina d praia
Que leve caminhava

Havia o vento e havia a água
E havia uma mulher que andava
Junto à menina da praia

Havia o vento e havia a água
E havia um pouco de mim
Naquela pequena
Menina da praia.

Quereres


Eu queria querer que não quisésses
Que não quisésses querer
Pois se tu quisésses eu querería
E se eu quisesse tu quererías
E de tanto querer e não querer
Acabei por não querer saber do querer
Ou não querer.

domingo, 14 de novembro de 2010

Quem és

O tempo parece ler o meu coração
quem sou eu diante dessa vida?
apenas alguém a quem irão conhecer...
Vejo a vida nos olhos de uma criança
e o destino nos olhos de alguém como eu
E vejo você a todo segundo
Como posso dizer quem é você?
Uma ave que voa livre?
as rosas de um jardim?
Não, ainda sou imcompleta para isto
basta dizer que você é alguém
e me basta saber quem eu sou
Não sei o que acha da liberdade
Mas eu sei o que é o amor...
Eu leio os seus olhos
eu decifro suas palavras
imagine quem eu sou
sem antes saber quem tu és
apenas me decifre, apenas para você
e talvez um dia eu diga
quem tu és para mim.

Sem nexo


Lágrimas escorrem pelo meu rosto
O que aconteceu aí fora?
O sangue que corre em minhas veias é azul
Mas porque o teu é negro?
Ainda me vejo como uma criança
indefesa nunca
mas uma criança
Cabeça adula de saber esperto
Embora delicada como uma agulha de cristal
que vela entre as rosas de seu jardim
onde nada é natural
Tua vida é ridícula
minha cabeça é astuta.

Epsódios

Chute-me
rechute-me
e deturpe minhas palavras
Falei palavras erradas nas horas erradas
Livre-me
deslivre-me
e assim prenda-me aos seus braços
conserte-me as palavras e beije meus lábios
Cause-me arrepios de medo
E lágrimas de felicidade
Vamos fugir juntos pelo mundo
Deixemos os problemas de lado
e da vida joguemos o dado
e vamos ver se com sorte ou crueldade
O amor em sua totalidade
nos livra desta doentia e agocentrica humanidade.