sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cabeça torta

Eu estava na esquina quarta
andando para lugar algum
pensando em um tempo que nunca existiu
e olhando rostos que eu nunca vi
vendo casas bem arrumadas
lojas com estravagantes nomes
pontes sem começo, meio nem fim
senti o cheiiro das rosas
e o toque suave das gotas de chuva
então parei num campo de tulipas
ali e alegre
eu deitei e dormi

A cor da aquarela

Corre a bola
corre, corre,corre,corre
corre a bola
brilhando azul, amarelo, verde e vermelho
corre a bola
corre,corre,corre
corre ainda mais a minha vida boa
corre,corre a bola
corre o vento por aí à toa
corre,
corre a bola
corre gente, mato e bicho
corre a cor da aquarela
corre tudo que lá vem ela!
corre o menino da janela
corre a bola
e corre a cor da aquarela.

Mais perto

(este é o primeiro poema que escrevi depois da enchente que abalou algumas cidades incluindo a minha. nela não quiz falar sobre o assunto, deixei este para um proximo, neste queria apenas falar sobre sentimentos.)



Os teus olhos profundos como o mar
me levam a pensar
num mistério mais profundo que a razão de viver
se respiro o ar sem ti
Tudo sinto parar
E não há mais nada,
Nada.
Mas ao seu lado uma inquietação me toma nos braços
A ansia toca minhas mãos até tocar-te
A minha respiração corre contra o tempo
querendo chegar sempre mais perto, mais perto...mais perto
até os olhos se fecharem
o seu perfume invadir os meus pulmões como um tornado
e ouvir sua voz como uma mãe, que com saudades esperava por isso [ansiosamente
chegar mais perto até os meus lábios tocarem os teus
até unir tudo que é meu ao que é teu
Até perder a noção de tempo, de espaço...
e poder eternizar
chegar perto até aternizar
mesmo que não o seja, pois é chama, o amor.
Mas chegar mais perto, até eternizar o momento
como uma ferida que cicatriza, mas não se vai nem se esvai.