sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A tua espera


Abro os olhos
E a vida no amor se entrelaça,
Como o vermelho vinho que bebes
Imaginariamente em uma taça de cristal,
Enquanto sutilmente olhas-te no espelho.
Quisera eu ser tua taça
Assim nunca te faltaria o vinho
Nem o sorriso retribuído no espelho.
Mas pareces desdenhar de minhas palavras
E rejeitar meu olhar...
Quando abrirás os teus olhos para a realidade?
Quando perceberás que o olhar no espelho
Não é o teu, mas o reflexo do meu?
Quando notarás que quem brinda contigo
Em tua imaginação, não és tu
E sim eu?
Abre teus olhos, e estarei aqui,
Com uma taça de vinho e um sorriso
Apenas a tua espera.
E te olharás no espelho
Agora seriamente
E perceberás que os olhos não são os teus
E sim os meus, que agora olhas a sorrir.

Sobra Tanto



Vetígios e rastros poéticos se rastejando
Procurando a quem procurar
Quem o desvendará?
Das letras unificadas
Palavras incompreendidas
Pensamentos inimagináveis
Sobra tanto...de tudo!
Nem se percebe o jorrar da cultura
Nem se percebe o adoecer das mentes quadriculares televisivas
Nem se percebe a doença dos olhos nas multicores de filmagens tolas
Nem a ausência de passos saudáveis nas ruas.
Nota-se estresses, medos...Por todos os lados
Angustias sem fim corroendo as almas
E o que somos nós?
E o que se tornou a arte?
O mundo?
O mundo tornou-se um complexo
Complexo de tolices
Onde a UTI de recuperação intelecto-cultural jamais será inaugurada
Pois das entrelinhas da vida, poucos entendem
A arte grita e a cultura semimorta ecoa:
- Me vivam! Me leiam! Me cantem! Me interpretem! Me respirem!
 Assim, e só assim... entenderão a vida